Pouco difundida no Brasil, a terapia por ondas de choque é uma opção para tratar patologias ortopédicas, como bursites, tendinites e dores musculares crônicas.
“Sem demagogia, mas parece até milagre”, conta a professora Rosimeire Maldonado Silva. Ela sofreu um acidente em casa, que ocasionou uma lesão óssea e o rompimento dos ligamentos do joelho. Segundo a professora, foram dois meses de sofrimento, com dores contínuas. “Tive que me afastar do trabalho, passei de médico em médico, e todos disseram que eu precisava passar por uma cirurgia”. A solução foi encontrada em um tratamento, ainda pouco popular no Brasil: a terapia por ondas de choque, que segundo Rosimeire, ajudou a cessar as dores já na primeira sessão.
Constituído por métodos não invasivos e incisivos, a terapia por ondas de choque (Extracorporeal Shockwave Therapy) na ortopedia, foi criada na Suíça e tem como objetivo solucionar de vez as dores crônicas ou provocadas por acidentes, substituindo, em alguns casos, até mesmo cirurgias.
O médico Áureo Shizuto Cinagawa, ortopedista e Membro Titular da Sociedade Brasileira de Terapias de Ondas de Choque, esclarece que a terapia por ondas de choque não tem a ver com eletricidade. Na verdade, são ondas mecânicas e acústicas. “Essas ondas são como impulsos sônicos, que agem internamente, estimulando o local e promovendo a analgesia e regeneração dos tecidos.”, explica o médico.
Para Cinagawa, o tratamento tem tido avanço considerável nos últimos 10 anos, com grande percentual de sucesso no tratamento de acidentes, doenças causadas por traumas esportivos e por movimentos repetitivos. “Trata-se de uma alternativa bem-sucedida ao tratamento cirúrgico”.
Além disso, a terapia é recomendada para pacientes que possuem patologias crônicas, das quais os métodos convencionais – medicamentos, reabilitação ou até procedimentos cirúrgicos – não tiveram resultados esperados. “Como bursite, tendinite, artrose e dores musculares já podem ser tratadas de modo muito mais eficaz e rápido aos métodos conservadores, gerando qualidade de vida para aquelas pessoas que sofrem há muito tempo”.
A artrose consumia o empresário Waldir Albreicht, de Joinville (SC), há três anos. Para ele, que tinha muitas dores nas costas, a terapia com ondas de choque solucionou, quase que totalmente, seu problema. “Hoje me sinto bem melhor e as dores diminuíram consideravelmente”.
O tratamento pode ser concluído em uma ou mais sessões, dependendo do caso, explica o médico. “O intervalo entre as sessões é em geral de uma a duas semanas, entretanto, os efeitos causados pelas Ondas de Choque se iniciam imediatamente, provocando as reações nos tecidos por cerca de três meses”.
Na opinião de Cinagawa, não existem efeitos colaterais ou complicações relatadas na literatura médica. “O único efeito observado é um avermelhamento no local da aplicação que desaparece em no máximo uma semana”, afirma.
Segundo o especialista, o tratamento só pode ser feito sob orientação medica, e em casos específicos é contraindicado. “Não deve ser usado em mulheres grávidas, pessoas com arritmia cardíaca, que usam marca-passos, com infecções agudas de tecido mole ou osso ou sistêmicas, distúrbio da coagulação sanguínea e com ossos em processo de crescimento”, afirma.
Paraná Shimbun – Saúde
Edição de 14 a 20 de Julho de 2012